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Foto do escritor Osiris Silva

JAIME BENCHIMOL DESENHA CENÁRIO ECONÔMICO 2024 PARA O MUNDO, O BRASIL E A AMAZÔNIA


Economista de sólida formação técnica, empresário bem sucedido, líder de um grupo que elegeu o Amazonas como sede e base de seus lucrativos negócios, Jaime Benchimol, presidente da Fogás, atendendo a convite da Associação Pan-Amazônia, reuniu-se, na quinta-feira, 11, com um seleto grupo de empresários quando apresentou profunda e abrangente análise de cenário da conjuntura econômica local, nacional e mundial. Em síntese, posicionou-se sobre o quadro político das Américas, Europa, a respeito das configurações na Ásia

(invasão russa à Ucrânia), no Oriente Médio (guerra Israel x Hamas) e “desordem multipolar” quanto à rivalidade Estados Unidos-China em ascensão.


Ponto alto de sua palestra, as consistentes análises sobre transição para a energia limpa, a criação das novas superpotências verdes e a redefinição do mapa de recursos energéticos. Lítio, cobre e níquel agora se tornam

muito mais importantes, enquanto o petróleo, o gás e as regiões que dominam seu fornecimento perdem relevância. A competição por recursos verdes está remodelando a geopolítica e o comércio, gerando vencedores

e perdedores inesperados”, afirmou. Do ponto de vista tecnológico, o mundo é hoje definitivamente guiado pela Inteligência Artificial e as novas tecnologias com base na Internet das Coisas, nos mais recentes modais e logísticas de transporte e em técnicas avançadas de gestão ajustadas às complexidades inerentes à economia globalizada e à Revolução Industrial 4.0.


O horizonte macroeconômico e geopolítico de hoje em muitos aspectos se assemelha às profundas transformações econômicas, sociais e políticas impostas pela Revolução Industrial. Processo que produziu grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII, e que se espalhou pelo mundo acarretando grandes transformações sociais e econômicas, o surgimento da indústria, a substituição do remo e a vela pelo vapor nos transportes fluviais e marítimos e consolidou o processo de formação do capitalismo.


Em relação ao Brasil, Benchimol observa que, dentre outros fatores, o destaque fica por conta da Reforma Tributária e seus efeitos sobre o panorama dos negócios em geral, enquanto a esperada redução gradual de juros possa ajudar os preços dos ativos de renda variável e dos imóveis, enquanto políticas de esquerda, com ênfase nos gastos públicos, prevalecerão e impedirão o entusiasmo empresarial. Na Argentina, contudo, o “Efeito Miley” poderá influenciar e se tornar uma inspiração em toda a América Latina especialmente se ações

liberalizantes produzirem no país vizinho efeitos rápidos sobre a economia dentro de dois anos.


Quanto ao Amazonas, em sua visão deve predominar agenda em favor da infraestrutura por meio de ações inovadoras sobre logística, transporte fluvial, balizamento e dragagem de cursos fluviais, redução da praticagem, asfaltamento da BR-319, exploração das reservas já medidas de silvinita (potássio) e de petróleo e gás, que ganhou novo capítulo com os leilões de 2023 e a permissão para explorar a margem equatorial brasileira por meio da Atem e Eneva. Fundamentado em estudos do Banco Mundial, Jaime Benchimol observa

que o Amazonas - terceiro estado em nível de pobreza - ainda tem um caminho longo para se desenvolver, com raros polos econômicos e números desfavoráveis de IDH sobretudo no interior, alta dependência ao emprego público – de baixa produtividade – e maior tributação de ICMS. O Banco recomenda maior atenção às cidades interioranas, muito pequenas, distantes e de reduzidas expectativas econômicas.


O empresário concluiu sua palestra afirmando: “A Amazônia é rica em recursos naturais, mas economicamente pobre, quadro em que predomina a excessiva presença do governo como regulador e empregador. Precisamos insistir no desenvolvimento da infraestrutura regional para diversificarmos, expandirmos e privatizarmos a economia da região”.

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